Portugueses na Europa de Preste João

Por séculos procuravam os europeus por Preste João, um monarca cristão que seria descendente dos Reis Magos e cujo reino estaria localizado em algum lugar do oriente e que teria um vasto território e grande poder. Além de informações trazidas por importantes viajantes europeus no medievo, no século XII circula uma carta que este rei teria enviado ao pontífice Alexandre III e vários reis da Europa1. Logo interessaram-se os europeus por conseguirem contato com esse poderoso monarca, pois neste contexto das cruzadas2 e expensão do islã eles poderiam ter Preste João como um poderoso aliado para acabar com os infiéis.

Enquanto para alguns europeus o reino de Preste João poderia ser encontrado além da Pérsia, para outros estava ainda mais ao oriente, na Mongólia. De forma que os europeus mantiveram suas buscas por ele na Ásia. Mais tardiamente passou-se a considerar que as terras do Preste estariam nas Índias. Estas complicações para encontrar o rei cristão podem ser atribuídas às noções de cartografia e geografia dos europeus, que foi mudando ao longo dos anos. Para eles, muito antes do Cabo da Boa Esperança ser contornado, a Ásia e a África eram separadas apenas pelo rio Nilo e dividiam as Índias em três: a Maior, a Menor e a Média ou “Ethiopica”3

Séculos se passaram sem que os europeus tivessem encontrado Preste João, porém continuavam chegando aos que passavam por Ásia e África informações sobre o reino, inclusive de pessoas que se diziam oriundas das terras do rei cristão. Cada vez mais, também, os portugueses e outros europeus faziam suas rotas comerciais pela África, mas a busca por Preste também era um dos motivos para que eles fizessem suas explorações no continente4. Nas palavras de Costa e Silva:

“Desde muito o Preste frequentava a imaginação lusitana. Ele figurava como um dos móveis da própria aventura portuguesa nas costas da África. Não se estranhará, por isso, que D. João II tenha mandado Pero da Covilhã, em 1487, localizá-lo.”5

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