portugues
O Brasil é um país multicultural, que evolui e se modifica com o passar do tempo, assim como a linguagem. A língua é viva e mutável, ou seja, esta em constante transformação, e possa por variações históricas, geográficas, sociais e estilísticas. Assim como ocorre o preconceito social e racial, existe um preconceito pouco difundido que é o lingüístico, ao qual, refere-se a um julgamento desrespeitoso e humilhante da fala do outro ou da própria fala, atinge todas as camadas sociais, pois não se refere apenas ao falar “errado”, mais ao diversos sotaques, gírias, jargões, que são usados de leste a oeste do Brasil. Em geral, as pessoas de classes menos abastadas e os nordestinos são os mais afetados por este preconceito, pois nesse caso são considerados sem língua, por não utilizarem a língua-padrão, sendo assim, o preconceito social se alia ao lingüístico.
Segundo Marcos Bagno, autor do livro “Preconceito Linguístico – o que é e como se faz”, esse tipo de preconceito e difundido devido ao fato de que as pessoas acreditam que existe uma única língua portuguesa certa, que é a ensinada nas escolas que esta contida nas Gramáticas, livros Didáticos e Dicionários que seguem a Gramática Normativa, porém a linguagem é diferente da escrita, ela não se limita só a grafia, tem a parte oral que engloba a cultura do povo. Comumente as pessoas tem um pensamento utópico, onde acreditam que o Português é só aquilo que está na Gramática ou no Dicionário, mas esquecem que para os mesmos serem feitos, é necessário uma língua viva que vai servir de objeto desse trabalho. Sendo assim, a Gramática é o retrato de uma língua, entretanto o que observamos é que devido a nossa História Colonial, ela ainda segue uma linha que retrata o Português Europeu do século XIX e até hoje, muitas regras que são consideradas corretas, se baseiam nesse tipo de língua, que é totalmente defasada, no tempo, espaço e no gênero literário.
Marcos Bagno tem lutado contra este