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2.Crítica de Rawls ao utilitarismo
Rawls decidiu elaborar uma teoria da justiça com vista a apresentar uma alternativa ao pensamento utilitarista e, por isso, John critica duramente o utilitarismo e as suas falhas quando aplicado ao tema da justiça.
Nesta crítica, Rawls centra-se na teoria utilitarista e não nos seus defensores contemporâneos, tendo no entanto em mente a obra “The Methods of Ethics”, de Henry Sidgwick. Aqui, mais uma vez ele centra-se na obra em si e não na interpretação de Henry no campo da ética.
Para John, o utilitarismo era uma teoria cujo objetivo era comparar práticas alternativas da população a instituições, com o critério da felicidade para o maior número de pessoas.
Rawls identificou então inúmeros problemas do utilitarismo, sobretudo quando aplicado à justiça e à igualdade.
Por um lado, Rawls viu que o utilitarismo sobrepunha os interesses sociais aos interesses individuais de cada um. Isto é, segundo o utilitarismo, a ação moralmente correta que deveria ser praticada era aquela que maximizava a felicidade geral da comunidade, mesmo que esta tenha consequências negativas para uma minoria dessa mesma comunidade. Por exemplo, no caso muito controverso da escravatura, esta seria aceitável do ponto de vista moral se a maior parte das pessoas fossem beneficiadas, sendo que aquelas que estavam a ser escravizadas, e que, sentiam dor e sofrimento, ter-se-iam de submeter com o fim da felicidade para maior número de pessoas. Assim Rawls opõem-se dizendo que os direitos de cada um de nós não devem ser sacrificados em prol de um bem comum para a sociedade, e que a justiça exige igualdade para todos, existindo apenas desigualdades económicas e sociais. No seguimento desta critica, Rawls encontra assim definições diferentes para uma sociedade justa, sendo baseado no “véu da ignorância”, entre outras coisas já anteriormente explicadas no decorrer do trabalho.
Por outro lado, Rawls considera uma premissa do utilitarismo o facto de todos aqueles