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Pode-se dizer que as obras do século 20 são os grandes textos do regionalismo no Brasil. Entretanto, para se chegar a expoentes como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Guimarães Rosa, o gênero percorreu um grande caminho, cujas raízes estão na época do romantismo, como foi o caso da obra de José de Alencar.
Em primeiro lugar cabe esclarecer que, por regionalismo, entende-se a literatura que põe o seu foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la, de maneira mais superficial ou mais profunda. Os primeiros autores do gênero não focalizavam propriamente uma região, no sentido geográfico, não visavam mostrar a vida no sertão do Nordeste, ou de São Paulo ou do Rio Grande do Sul.
Escritores sertanistas
Chama-se de autores de sertanistas aqueles cujo foco está no sertão, por oposição à cidade, à Corte, ao Rio de Janeiro - a única localidade com características efetivamente urbanas no Brasil do século 19. Focalizar o homem do sertão era uma forma de ir além do indianismo que - surgido na década de 1830 como forma de afirmação da nacionalidade - já se esgotara nas décadas de 1860 e 1870.
O sertanejo torna-se então o símbolo do autêntico brasileiro, alheio às influências da Europa, abundantes na sociedade fluminense. É nesse sentido que ele irá protagonizar os romances de Bernardo Guimarães, Taunay e Franklin Távora, constituindo uma metamorfose do "bom selvagem" que Peri (personagem central O Guarani) ou Ubirajara haviam personificado nos romances de Alencar anteriormente. Do que já se deduz que o sertanejo romântico também padece de uma idealização heroica que o afasta da realidade.
Além disso, os romances