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A TRANSESTERIFICAÇÃO
O biodiesel é um combustível composto por ésteres (etílicos ou metílicos) produzidos na reação química de transesterificação (Figura 1). Esta ocorre entre óleos vegetais e álcool (etanol ou metanol), em presença de um catalisador inorgânico ou enzimático (lípases). Deixa como subproduto o glicerol (5 a 10% do produto bruto), que é aproveitado por algumas indústrias (alimentos, cosmética, medicamentos).
Figura 1: A reação de transesterificação.
Trata-se de uma transesterificação de triacilgliceróis (triglicerídeos), na qual R representa a cadeia carbônica dos ácidos graxos e R’, a cadeia carbônica do álcool reagente.
H2C – O – CO -R HC – O – CO - R H2C – O – CO - R Triglicerídeos Álcool +3R’ – OH H+/OH-
CH2OH HCOH CH2OH Glicerol Ésteres + 3R – O – CO - R’
O biodiesel fornece entre 88 e 95% da energia do diesel, mas quando misturado com o diesel convencional (B1 com 1% de biodiesel a B20 com 20% de biodiesel) aumenta a qualidade do combustível, diminuindo a emissão de partículas poluentes e gases tóxicos na atmosfera. A produção de biodiesel está localizada principalmente na União Europeia (60%) e, em menor parte, nos Estados Unidos, na China, na Indonésia e na Malásia. A matéria-prima é variada: soja nos Estados Unidos, canola na União Europeia e no Canadá, soja e girassol na Argentina, dendê na Ásia. No Brasil, tem-se experimentado soja, mamona, babaçu, dendê, girassol, milho, amendoim, pinhão-manso etc. Restam alguns pontos a considerar, especialmente em relação à utilização de matérias-primas como a mamona, com o intuito de estimular o pequeno agricultor. Em princípio, o biodiesel é carbono-neutro. No entanto, diferente do etanol de cana, o sistema produtivo seria carbononegativo, quando se leva em conta a energia necessária para adubação e irrigação da terra, a movimentação da maquinaria agrícola, o armazenamento e transporte da matéria-prima e dos produtos etc. Do ponto de vista energético, os sistemas produtivos