Portfolio
1) A contingência do memorial
Elaborar um memorial descritivo é reconstruir a própria existência. Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Moraes (1992), memorial é um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual possibilita inferências de suas capacidades. De acordo com Boa ventura (1995), "memorial é não somente crítico, mas também autocrítica do desempenho acadêmico da carreira científica". Sendo assim, para elaborar este memorial levei em consideração as condições, situações e contingências que envolveram o desenvolvimento da trajetória acadêmica aqui exposto. Neste relato, procuro destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerência e incoerências, e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a construção de minha trajetória acadêmica que envolve o pessoal e profissional. Neste contexto, meu memorial passa a ser auto-avaliativo, ou melhor, confessional, revelador de sonhos e cheio de emoções. Para Maturana, as emoções: [...] não são algo que obscurece o entendimento, não são restrições da razão: as emoções são dinâmicas corporais que especificam os domínios de ação em que nos movemos. “Uma mudança emocional implica uma mudança de domínio de ação. Nada nos ocorre, nada fazemos que não esteja definido como uma ação de certo tipo por uma emoção que o torna possível”. (MATURANA, 1998, p.92).
1.1) Abordagem Metodológica Para a pensadora Abrahão (2001), a matriz teórico-metodológico em pesquisa (auto) biográfica tem tomado maior vulto, especialmente a partir das últimas três décadas do século passado. A pesquisa (auto) biográfica – com Histórias de Vida, Autobiografias, Memoriais, Diários – não obstante se utilize de diversas fontes, tais como narrativas, história oral, epístolas, fotos, vídeos, filmes, documentos em geral, depende da memória. Esta é componente essencial na característica do (a)