porter sugar cane
A cana-de-açúcar foi inserida na região Nordeste do Brasil no século XVII, com o objetivo de acabar com o monopólio mundial francês sobre a oferta de açúcar, até então produzido nas ilhas do Caribe. A partir daí, seu cultivo tem sido uma extraordinária atividade agrícola no país.
Nos anos subsequentes, o Brasil permaneceu como um importante produtor de açúcar, alcançando inclusive papel de relevo no mercado internacional. Já́ na década de 1970, o cultivo de cana-de-açúcar no país ganhou um novo capítulo com a criação do Pro-Álcool por meio do Decreto-Lei nº 76.593 de 14 de novembro de 1975, dentro de um contexto de redução do consumo de derivados de petróleo.
O ciclo do Pró-Álcool teve fim no final da década de 1980, com uma crise de governança e credibilidade do setor sucroalcooleiro, acendida pelo desabastecimento do extenso mercado nacional que havia sido criado. O financiamento publico do programa escasseou a partir de 1987, enquanto o mercado de açúcar teve preços em ascensão. Estes fatores, por um lado, desestimularam a expansão e a renovação dos canaviais e, por outro, levaram os produtores a desviar a matéria-prima da produção de etanol para a de açúcar, tendendo especialmente à exportação.
Com efeito, adveio um intenso desabastecimento do biocombustível no final de 1989, e grandes filas nos postos de todas as cidades brasileiras. Ironicamente, chegou-se a importar metanol de origem fóssil e a adicionar 5% de gasolina ao álcool carburante para ajudar a abastecer a frota de veículos. Das medidas que faziam parte do programa original, resta hoje apenas a obrigatoriedade da mistura de 25% de álcool anidro à gasolina conforme a Resolução CIMA (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool) Nº 1, de 28 de fevereiro de 2013.
Nos últimos anos, mais especificadamente a partir de 2004, o consumo de etanol recebeu um novo estímulo, principalmente devido ao nascimento dos motores bicombustíveis (flex), que chegaram ao mercado