PORQUE HAVEMOS DE SER RAZOÁVEIS?

Porque havemos de ser razoáveis?

Introdução
A obra Uma Teoria da Justiça, publicada em 1971, de John Rawls é um dos textos mais estudados e discutidos em todo o mundo no campo da filosofia política, um clássico do pensamento contemporâneo. Em 1993, publica a obra Liberalismo Político que é o culminar de ensaios com alterações e melhoramentos de Uma Teoria da Justiça e em 2001 publica Justice as Fairness: a restatment que, o próprio Rawls diz, serve para retificar as falhas mais graves de Uma Teoria da Justiça melhorando a sua exposição e reunir numa única obra a concepção de justiça e as demais ideias presente na Teoria e nos ensaios posteriores.
Não pretendo fazer uma análise exaustiva e profunda a nenhuma destas obra de Rawls, pretendo unicamente analisar a posição original e o véu da ignorância de Rawls, e entender por que razão haveria de querer fazer uma escolha razoável na posição original e sob o véu da ignorância para chegar aos dois princípios de justiça de Rawls, ou seja, por que razão devo colocar-me de um ponto de vista universal, não ser egoísta e ter em conta o bem dos outros? Porque não agir considerando os meus próprios interesses? E porque razão, mesmo estando sob o véu da ignorância na posição original, iria querer fazer uma escolha razoável? Pretendo entender esta escolha de Rawls, porque me parece que usando este dispositivo não seria a escolha que faria.
O meu objectivo é debruçar-me unicamente sobre esta parte da teoria de Rawls ajudado pelas críticas de Nozick e Walzer, deixando por analisar muitos outros pontos que não caberiam num trabalho como este. A maior dificuldade encontrada foi mesmo essa: conseguir limitar os pontos e as ideias a analisar.
Começo por apresentar sumariamente e comentar as concepções políticas e os conceitos de Posição Original e Véu da ignorância e os princípios de justiça que dai são emanados. De seguida apresentarei as críticas de Robert Nozick e Michael Walzer a John Rawls e por fim uma breve conclusão