Por uma vida melhor
“Por uma Vida Melhor”, obra da coleção Viver, aprender, distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático do MEC, foi alvo de uma série de discussões envolvendo jornalistas, políticos, intelectuais, linguistas, educadores, entre outros, em maio de 2011. A polêmica provocada pela imprensa referente a trechos do livro de Heloísa Ramos, mais especificamente no que diz respeito a variação linguística, no capítulo “Escrever é diferente de falar”, simplesmente alavancou um bombardeio de comentários e críticas. Foram informações e comentários infundados extraídos aparentemente de partes fragmentadas do livro e não da obra como um todo. A impressão que ficou era de que no momento, o interessante era entrar na onda e atacar, mesmo sem muito ou nenhum conhecimento de causa. Acontece que esse livro é destinado à EJA – Educação de Jovens Adultos. Ou seja, alunos mais amadurecidos e conhecedores do preconceito social existente. Até porque é bem provável que sentem na pele e sofrem diariamente por esse preconceito derramado em nossa sociedade que nos divide e nos corrompe desde sempre. Esse livro fala justamente sobre isso. Trata a variação linguística como variante e não algo como “certo ou errado”. Ele defende sim, a ideia do ensino da norma culta nas escolas e não o contrário, como foi levantado. Entretanto, apresenta considerações notáveis ao fato de que escrevemos de um modo diferente que falamos. Inclusive ele mostra as diferenças entre norma culta e as variantes que o aluno aprendeu até chegar a escola. Ou seja, defende o uso da norma culta, porém substitui a concepção de “certo e errado” por “adequado e inadequado”. O tempo todo na obra temos essa comparação entre o uso popular e o culto. Um exemplo que encontramos nesse livro é referente ao plural, alvo de grandes críticas na época. A obra mostra que na variedade popular, basta colocar no plural o primeiro termo para indicar mais de um referente como em “Os livro