Por uma outra globalização
Dentro deste contexto a primeira coisa que Milton Santos vai nos alertar é sobre o mundo enquanto ideologia. A ideologia não cria nada, mas ele é uma arma poderosa para manter o curso das criações efetivadas por certos grupos sociais. Daí a expressão usada pelo autor “o mundo como fábula”. A construção desta fábula é feita diariamente e incessantemente e o principal agente desta construção miraculosa é a mídia e os sistemas de comunicação. É através da mídia que o sistema ganha impulso tanto em questão de consumo, quanto de aceitação e tanto quanto de normalidade.
Hoje política, mercado e mídias são tão integrados que pode se afirmar que eles formam um único sistema: o meio técnico científico informacional. A chamada unicidade técnica permite o inter-relacionamento de diversos modos de produção, a mídia a convergência de momentos e o capitalismo global o motor único. A convergência entre esses elementos se dá em cima do capital (do dinheiro) produzindo a chamada “tirania do dinheiro” que também é uma tirania da informação. O capital regrando, confabulando e se mesclando com toda a sociedade tanto em termos materiais quanto em termos ideológicos. É esta integração profunda do cerne da sociedade com o capitalismo que tem gerado a chamada competitividade.
A competitividade não se dá apenas com empresas e com o comércio e geral, mas por ser ideológica ela passa a se dar com as pessoas também. As pessoas se tornam competitivas entre si quebrando os