Por uma concepção multicultural dos direitos humanos
Introdução
Durante muito tempo os Direitos Humanos foi visto como uma linguagem da política progressiva, segundo Boaventura Souza Santos. Durante a guerra fria, diante da eminente crise, os direitos humanos toma o papel de emancipador social que até o momento era do socialismo.
O autor busca com este trabalho identificar as condições em que os direitos humanos se colocam a serviço de uma política progressista e emancipadora. Para essa identificação, Boaventura esclarece algumas tensões dialéticas, que a seu ver a modernidade ocidental informa. São elas:
1ª) Regulação social x emancipação social – ultimamente as formas modernas de emancipação social entraram em crise, o que acabou levando as formas de regulação social de qual se opunham, o fortalecimento. Atualmente essas duas crises alimentam-se uma da outra, e apesar de ser, tanto emancipação como regulação, os direitos humanos esta ligado a essa crise e ao mesmo tempo evidencia o desejo de superá-la.
2ª) Estado x Sociedade Civil – Sabemos que a relação entre a sociedade civil e o Estado nunca foi tão fácil devido à falta de controle entre ambos. Ao mesmo tempo em que o estado cria as leis e as regulamentam, a sociedade civil se organiza politicamente e exige que as mesmas leis se reproduzem sem violar os direitos humanos.
3ª) Estado-nação x Globalização – a modernidade ocidental é constituída de um modelo político de estados-nação soberanos coexistindo num sistema interestatal, a partir destas condições que os discursos de emancipação social e direitos humanos se basearam nas últimas décadas. Mas a estrutura política interestadual vem sendo abalada pela globalização, levando a uma discusão sobre uma política global de direitos humanos. Mas para falar em emancipação social e direitos humanos global, devemos considerar cultura, religiões,