Por trás das câmeras: Os bastidores de casos de família, um programa televisivo auditório
Neste artigo a autora Elisa Gomes analisa o processo de criação de imagens e mensagens produzidas pelo programa de televisão casos de família para entender suas representações sobre as relações conjugais e, portanto, qual é o modelo de família conjugal concebido e transmitido pela mídia televisiva aos telespectadores.
A “vida em família” nos seus novos modelos de composição familiar, novos valores e comportamentos, tem sido constantemente abordada pela mídia televisiva. P. Bourdieu, um dos autores citados por Elisa Gomes, alerta para o poder que tem a televisão de fazer com que a imagem veiculada seja percebida como real, criando com isso a “ilusão de realidade”, sem que se observe ou reflita sobre o processo de construção daquela imagem. Durante duas semanas a autora Elisa Gomes foi autorizada a realizar entrevistas e observar as atividades no Sistema Brasileiro de televisão (SBT) e nas gravações do programa Casos de família. Dividiu as emissões desse período de tempo nos seguintes subtemas: Relações pais e filhos; Relações amorosas; Vida Solo; Arranjos conjugais; Relações de trabalho; Corpo, saúde e aparência e Relações familiares. Dentre os temas pesquisados a conjugalidade ainda era o assunto destaque, mas as questões entre pais e filhos também tiveram um aumento considerável. Esses dois eixos de problemática são reveladores das preocupações e concepções de família de Casos de família e, a família se encontra justamente no cruzamento desses dois aspectos: o casal e a criança. O programa casos de família esta no ar desde 2004, ele é apresentado pela jornalista Regina Volpato e exibido diariamente no SBT. O cenário encena uma sala de estar de uma casa de camadas médias, dando um tom de familirialidade e conforto aos participantes do programa para que estes se sintam mais “a vontade” para relatar suas experiências. A cada dia, o programa discute um aspecto das