Por que redução de danos? A maioria das pessoas está alerta ao risco de infecção por HIV. Entretanto, as taxas de infecção não estão diminuindo na medida que uma visão reducionista esperaria. Apesar das pessoas terem consciência de seu risco, ainda há um grupo cujo comportamento habitual impede uma intervenção "usual" de prevenção à AIDS. Uma alta parcela - geralmente marginalizada nas pesquisas - apresenta dependência física e psíquica a algum tipo de substância intravenosa, como cocaína injetada ( que é a droga mais comum), anfetaminas, barbitúricos, tranqüilizantes e heroína. Para este grupo, o simples uso do preservativo não basta, e intervenções mais conservadoras não atingem. E' claro que o ideal seria o abandono do uso da droga, porém, como isto é um passo que o usuário não pode dar - ao menos inicialmente - devemos desenvolver novos meios de intervenção que alcancem seu modo e opção de vida. Estudos demonstram que nos melhores serviços de tratamento do mundo, apenas 30% das pessoas que entram voluntariamente para tratamento conseguem abandonar as drogas (0) o que dá a idéia desta dificuldade. Em 1991, por exemplo, 58% dos casos de AIDS em adolescentes nos Estados Unidos tinham como causa isolada o uso de drogas injetáveis(1), e estimativas recentes indicam que a transmissão do HIV por via de injeção de drogas tornou-se a forma mais comum de novos casos de infecção por HIV neste país (2) , enquanto que no Brasil é a segunda causa isolada de transmissão direta, responsável por 25% dos casos. (2,5) Para estes adolescentes, o uso do preservativo não altera de forma significativa o seu risco de contrair o HIV, e modelos de intervenção clássicos, como o da abstinência sexual e o adiamento do ingresso na vida sexual de nada adiantariam para salvar suas vidas. Esta é a razão para o desenvolvimento de um programa mais eficiente de redução de danos. Quais são as perspectivas em redução de danos? Os modelos de redução de danos partem de algumas