Por que não é contraditório afirmar que
Cada um desses homens [Lincoln, Gandhi; e Martin Luther King] sentia muito profundamente que o âmago da moralidade (e o âmago da sociedade) era o igual respeito pela dignidade humana. Cada um deles foi capaz de mostrar o respeito mútuo pressuposto pelo ponto de vista moral, reconhecendo a exigência moral de se engajar em diálogo com aqueles que discordavam profundamente deles. Foram essas características que os tornaram não apenas grandes visionários morais, mas também grandes educadores morais. Lawrence Kohlberg.
1.1
Os Valores.
Diante de pessoas e coisas, estamos constantemente fazendo avaliações: "Esta caneta é ruim, pois falha muito". "Esta moça é atraente". "Acho que João agiu mal não ajudando você". "Prefiro comprar este, que é mais barato". Essas afirmações se referem à juízos de realidade, quando partimos do fato de que a caneta e a moça existem, mas a juízos de valor, quando lhes atribuímos uma qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa. Nos exemplos, destacamos valores que se referem à utilidade, à beleza, ao bem e mal, ao aspecto econômico. Dessa forma, os valores podem ser lógicos, utilitários, estéticos, afetivos, econômicos, religiosos, éticos etc. Mas o que são valores? Embora a temática dos valores seja tão antiga como a humanidade, só no século XIX surge a teoria dos valores ou axiologia (do grego axios, "valor"). A axiologia não se ocupa dos seres, mas das relações que se estabelecem entre os seres e o sujeito que os aprecia. Diante dos seres (sejam eles coisas inertes, seres vivos ou idéias) somos mobilizados pela nossa afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou provocam nossa repulsa. Portanto, algo possui valor quando não permite que permaneçamos indiferentes. É nesse sentido que García Morente diz: "Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos que