Por que as comunicações e as artes estão convergindo?

Notavelmente, o campo comunicacional vem crescido cada vez mais, de forma complexa, dos anos 1980 para cá. Embora as eras civilizatórias (da comunicação oral, escrita, impressa, propiciada pelos meio de comunicação de massa, midiática e digital) sejam sequenciais, o surgimento de uma nova era não leva a(s) anterior(es) ao desaparecimento. Elas se sobrepõem e se misturam na constituição de certa malha cultural, de forma sempre mais consistente. Sobre o tema (comunicações e artes convergindo), as eras que devem nos interessar são aquelas que surgiram vigorosamente a partir da cultura de massas (que deu início na revolução industrial), pois, antes disso, imporvavelmente encontraríamos meios de convergência entre elas. Os meios de massa são, por natureza, intersemióticos, pois mistura vários meios e linguagens em sua composição. A intersemioticidade destes meios colocava-se em agudo atrito com a pureza estética que era típica das “belas artes” (que implicava não só beleza, como superioridade, elegância, perfeição e ausência de finalidades práticas ou utilitárias). A coincidência que havia dos meios de comunicação com os meios de produção artística foi tornando a relação entre as comunicações e as artes cada vez mais trincadas. Desde o modernismo, os artistas passaram a demonstrar fascínio pelas novas tecnologias, resultando, gradualmente, na própria tecnologia tomando a linha de frente do experimentalismo, até o ponto em que muitos curadores abandonaram as formas tradicionais de arte. Ao fazer uso das novas tecnologias, os artistas perceberam, de fato, que a arte passou a necessitar da expansão – feita através de materiais publicitários, reproduções coloridas, catálagos, críticas jornalísticas, etc., que levava o conhecimento sobre as artes para um público cada vez mais amplo. Um dos principais fatores que levaram as comunicações e as artes entrarem em atrito (ou afinidade, depende do ponto de quem vê) foi a fotografia. A fotografia adquiriu um status