Ao invés do verificacionismo, Popper propõe o “falsificacionismo” como critério de cientificidade, pois para ele só é científico aquilo que for passível de falsificação. Mas o que vem a ser essa “falsificação”? Para Popper, é um processo metodológico, pois consiste em recolher elementos que podem contestar uma teoria, e uma teoria científica só deve merecer essa designação se for submetida a testes que possam contestá-la. Quanto mais uma teoria resistir às tendências do falseamento, mais ela será corroborável. Logo, a falsificação nada mais é que a introdução de testes para verificar a sua validade. Assim, Popper demonstra que os cientistas que aderem à sua linha de raciocínio buscam os elementos que falseiam a sua própria teoria. Outra questão interessante a ser abordada diz respeito ao contexto de justificação e ao contexto de descoberta na ciência. Tais contextos nada mais são do que a maneira como o cientista chegou à sua teoria, como ele a apresenta aos seus pares e como consegue adesão: quais argumentos o cientista utiliza para que o auditório possa aderir às suas ideias? Para Popper, o que importa é o contexto de justificação, isto é, “a avaliação exclusivamente do produto da atividade dos cientistas” (Epstein, 1990, p. 106), uma autonomia do contexto de justificação, “livre dos fatores externos, a razão da ciência dependeria apenas da economia interna de seus fatores”, segundo a tese de Duhem-Quine (Epstein, 1990, p. 107). Thomas Kuhn, por sua vez, não aceitava a ideia de uma supervalorização do contexto de justificação; defendia que os dois contextos – tanto o de justificação quanto o de descoberta – eram importantes, pois eram integrados, no sentido de realizar um movimento dialético. Para Kuhn, a fronteira construída entre esses dois contextos era extremamente artificial. Thomas Kuhn, em seu livro A estrutura das revoluções científicas, traz à tona alguns conceitos inéditos no campo da Epistemologia; o de “ciência normal” é um dos