Ponte Rio Niter I
Oficialmente, o regime militar, contabilizou 33 mortes durante a obra. Mas há quem faça uma conta de 400 baixas, tornando os pilares uma sepultura de concreto quando não havia tempo a perder com resgates. Pela imprensa escrita, é possível concluir que, de dezembro de 1968 a novembro de 1972, foram registrados oito acidentes fatais, com um total de 18 mortos e mais de 30 feridos. A lista começa em 5 de novembro de 1969, quando uma explosão em uma das instalações de ar comprimido no final da Avenida Rio de Janeiro matou o operário Domício Barbosa Lima e feriu dos trabalhadores.
Os operários e as sandálias
Os perigos não eram poucos. Trabalho nas alturas e sobre águas com 20 metros de profundidade, canteiros de obra em ritmo frenético, onde os cuidados com a segurança do trabalho eram detalhe dispensável, e operários sem qualquer instrução faziam parte da rotina do canteiro de obras. Fotos da construção exibem trabalhadores com sandálias de borracha, bermudas, sem camisa, fumando enquanto martelavam ou carregavam objetos. Capacetes e botas eram raridade.
Operários comemoram a colocação do último vão da ponte, em 1973; governo contabilizou 33 mortos na obra. Foto: Rodolpho Machado/Ag. O Globo
Com 14 quilômetros de extensão, a ponte enfrentou desafios de engenharia – o maior deles, assegurar 300 metros de canal navegável no vão central (canal principal) e mais dois secundários de 200 metros (largura) - e de gestão de 10 mil funcionários, mais de oito vezes o número de