Políticas Públicas
Os primeiros anos da década de 1980 foram de muita esperança e expectativa para o povo brasileiro. O governo militar estava chegando ao fim. O retorno da democracia, com eleições diretas para presidente era o anseio de todos. A agenda estava concentrada na preparação da grande mudança. A elaboração da nova Constituição era vista sob o manto da esperança já que simbolizava um instrumento jurídico para o exercício da liberdade e da plena realização do homem brasileiro. Esse momento marcou profundamente nossa história, devido às grandes expectativas surgidas na mente do coletivo do povo brasileiro em relação aos avanços contidos na nova Constituição, principalmente quanto ao respeito aos direitos humanos e à existência de maneiras eficazes de participação popular.
A Sociedade Brasileira sempre foi conservadora, como conservador era o Parlamento 1988. A Constituição, no entanto, foi promulgada num momento de euforia com a liberdade: depois de mais de vinte anos de arbítrio, de ditadura, de indignidades, a sociedade respirava novamente os ares da liberdade. O Direito da força cedeu vez ao direito das idéias. As idéias, uma vez libertas do cativeiro, se protegem para que jamais voltem a serem aprisionadas. Daí a retomada das idéias do revolucionário do social sacrificado há mais de dois mil anos, daí o reconhecimento da pessoa humana, da sua integridade, da sua autoconstrução, da sua auto realização; daí o objetivo da construção de uma sociedade livre, justa e solidária; daí a necessidade de se assegurar a busca do desenvolvimento nacional, da erradicação da pobreza, da marginalização, de forma a se reduzir paulatinamente