Política e idolatria
QUANDO A POLITICA SE TORNA IDOLATRIA
PORUQE NÃO ACREDITO NA POLÍTICA COMO CAMINHO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Reflexões sobre o fenômeno da política transformada em bandidagem
Paolo Cugini
1. A política é algo de serio, pois visa o cuidado para com tudo aquilo que concerne a vida na polis, ou seja, na cidade. O grande filosofo grego Platão dizia que pode ser político somente quem na vida se esforçou de alcançar o bem, pois somente a pessoa que vive bem, que é justa, pode ajudar os outros a viver bem. O político deveria ser uma pessoa livre, que exerce o poder para o bem do povo e não visa o lucro pessoal. Infelizmente aquilo que nós assistimos é exatamente o contrario. Quem chega ao poder muitas vezes não visa o bem do povo, mas sim o próprio interesse pessoal. Talvez este tipo de político começou com as melhores intenções do mundo, animado pelo desejo de fazer bem, ou seja de servir o povo. A falta de espessura espiritual e moral, porém, típica de quem chega hoje na política, faz com que estas lindas intenções se derretem como a neve ao sol logo que o político da vez cheira o fedor irresistível do dinheiro o do poder. O problema é que este jeito interesseiro de fazer política atrai pessoas do mesmo estilo, pessoas que aprendem a fazer da política não o espaço para ajudar na realização de um mundo mais junto, mas para se abastar. Por isso quando estas pessoas chegam perto do poder grudam nele criando a lógica perversa do parasitismo. Neste contexto, que injustamente é chamado de política, porque de política tem bem pouco, a ideologia some e deixa o espaço para o mero interesse material. É este o grave prejuízo que décadas de politicagem descarada infligiram ao crescimento social do povo. Aquilo que nós assistimos inermes é o verdadeiro massacre do espaço publico que, longe de ser o campo do debate civil e da projetação de medidas de crescimento social, tornou-se o campo aonde se exerce de forma descarada a busca de um crescimento material