Política Social e Método
As concepções da política social supõem sempre uma perspectiva teórico-metodológica. Toda análise de processos e relações sociais, é impregnada de política e disputa de projetos societários. O processo social é revelador da interação de um conjunto muito rico de determinações econômicas, políticas e culturais, que é coberto pelo “mundo da pseudoconcreticidade”, aquele que precisa ser destruído para que possamos ir aem das suas manifestações fenomênicas, para em seguida reconstruí-lo no pensamento com toda a sua riqueza. Neste resumo, a política social será abordada a partir da perspectiva crítico-dialética. A maior contribuição da tradição marxista para uma abordagem da política social é sua perspectiva metodológica. Esta tem a potencialidade de evitar abordagens unilaterais, monocausais, idealistas, funcionalistas e ahistóricas.
1. A perspectiva funcionalista
O chamado “pai da sociologia” inicia seu texto afirmando que “o objetivo de toda ciência é descobrir, e toda descoberta desconcerta mais ou menos as opiniões formadas”. Sua proposta metodológica é a de tratar os processos sociais como fatos sociais, ou seja, como coisas que não se equiparam à natureza, mas que devem ser analisadas a partir de procedimentos semelhantes. O sujeito que pesquisa deve se colocar diante de seu objeto numa perspectiva de exterioridade. Os fatos sociais possuem uma natureza exterior e coletiva, eles podem ser reconhecidos exatamente por possuírem a particularidade de exercer influência coercitiva sobre as consciências individuais e por sua rigidez quanto a processos de transformação. Quando a natureza coercitiva dos fatos deixa de ser sentida, o fato tornou-se hábito. Considerar os fenômenos sociais em si mesmos, destacados dos indivíduos conscientes que formulam representações a seu respeito; é necessário estudá-los de fora, como coisas exteriores, pois é nesta qualidade que se apresentam a nós. Os fatos sociais plasmam as ações