POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE: BALANÇO DO ESTADO DA ARTE
BALANÇO DO ESTADO DA ARTE
PAIM, Jaimilson silva; TEXEIRA, Carmen Fontes.
A análise sobre a política, planejamento e gestão em saúde implica em fazer uma contextualização da produção científica e o contexto sócio político na qual está engendrada, buscando ainda deslindar como os intelectuais fazem leitura do movimento pela reforma sanitária e de que forma interferiram no projeto.
O homem é produto de sua história e levando-se em consideração que o Brasil tem seu marco econômico baseado na forma de organização capitalista liberal, as políticas sociais e econômicas, consequentemente, vai reproduzir ou criticar essa forma de pensamento. A grande base do pensamento liberal, e hoje na sua nova forma, o neoliberalismo, busca uma forma de conter gastos orçamentários por meio da disciplina com programas sociais que gere pouco impacto econômico.
Partindo desse pressuposto, de acordo com Paim e Teixeira (2006), a produção científica estava mais voltada para a crítica da gestão sanitária sem se ater às “questões de saúde, planejamento e política” que foi implementada a partir da década de 70 (PAIM, TEXEIRA, 2006, p. 74).
Em que pese a pouca produção científica sobre o tema, é a partir do movimento pela Reforma Sanitária e 8ª Conferência Nacional de Saúde que se iniciam estudos sobre a política de saúde no Brasil, fomentado principalmente pela Abrasco e Cebes. A partir desse marco estudos, pesquisas, teses, artigos e programas de pós-graduação começam a concentrar o foco sobre o Estado e políticas públicas.
De acordo com Paim e Ferreira (2006, p. 75) os estudos concentravam-se em:
a) processos de emergência, formulação e implementação de políticas (constituição da agenda pública); b) dinâmica e atuação dos atores sociais (mobilização/desmobilização); c) contexto histórico-social; d) ciclo de vida de cada política (policy cicle); e) repercussões e padrões recorrentes de políticas; f) questões que se tornam objeto de