POLÍTICA II
Ciência Política II –
Professor Patrício Tierno – período vespertino
Segunda Prova Domiciliar
O modelo contratualista moderno parte de uma operação comum, mas de resultados distintos nas formulações teóricas dos três autores estudados: a redução abstrata da sociedade política ou civil a seu estado anterior, de natureza, superado através da formulação de um pacto ou contrato social.
O ingles Thomas Hobbes (1588-1679), fundador dessa linhagem, traça um processo dos pensamentos humanos que parte dos sentidos físicos e culmina no uso da razão, enquanto cálculo, comparação lógica. A prudência, enquanto uso humano da razão para fins determinados, não é inata, mas resultado de uma operação de aprendizado, exata como a aritmética. A teoria hobbesiana toma de empréstimo os métodos de análise das ciências naturais humanistas de sua época, como a geometria e a mecânica; Hobbes era grande admirador de autores como Galileu, Kepler e Francis Bacon.
O autor afirma que a natureza fez os homens, em média, iguais, sendo quaisquer diferenças diluídas no cômputo geral, de modo que nenhum possa subjugar completamente um outro por meio de uma desigualdade natural de forças. A implicação fundamental é, portanto, a de que todos temos igual probabilidade de atingir nossos desejos; cada homem tem direito a todas as coisas. A lei de natureza dita que os homens procuram a paz e a sobrevivência; utilizando-se da razão natural descrita acima, cada um chega à conclusão de que a melhor opção para sua própria segurança é atacar o outro, prevenindo um ataque contra si; configura-se a guerra permanente, que caracteriza o estado de natureza em Hobbes. O ponto de partida de sua teoria é, portanto, um homem atomístico, insociável, dinâmico, em busca de valores como glória, bens e segurança, utilizando-se para tal da razão individual; nota-se um nítido contraponto com as ideias de autores clássicos como Aristóteles e da tradição escolástica,