Política Fiscal Dilma
2010, quando terminou seu governo, a taxa de juros real continuava elevada em comparacao aos demais paises, e a taxa de cambio estava absurdamente sobrevalorizada, a R$ 1,65 por dolar — o que inviabilizava o desenvolvimento do pais.
O crescimento que se registrou a partir de 2006 f oi, portanto, passageiro, foi devido a conjuntura internacional favoravel e ao aumento do mercado interno proporcionado pela elevacao dos salarios reais e pela ampliacao do credito ao consumidor. Gracas ao aumento do rendimento das camadas pobres, acentuado pela valorizacao do real (no curto prazo a desvalorizacao cambial aumenta os salarios), vimos a transferencia de uma grande parte da populacao brasileira da classe D para a C, formando‑se assim no Brasil um consumo de massas novo. Dessa forma, a industria, que se viu impedida de exportar devido a valorizacao cambial, foi temporariamente compensada pelo aumento do mercado interno. Temporariamente porque, com a taxa de cambio a R$ 1,65 ou mesmo de R$ 2,00 por dolar, a maioria das empresas industriais brasileiras competentes tecnologicamente nao tem condicoes de exportar nem de enfrentar a con ‑ correncia no mercado nacional das importacoes.
Afinal, o governo Lula deixou que sua politica macroeconomica fosse dominada pelo objetivo do controle da inflacao, e, para isso, recorreu a um mecanismo classico e perverso: a apreciacao cambial.
Houve apenas dois grandes momentos em que o governo manifestou independencia — foi quando o ministro Guido Mantega estabeleceu um imposto sobre as entradas de capital, rompendo com a