Política de distribuição de renda no Brasil
O processo de redistribuição de renda, fortalecido a partir do primeiro mandato do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, teve como pilares, a política de valorização do salário mínimo, a ampliação do universo de beneficiários da previdência social, o programa Bolsa Família, que retirou da miséria absoluta 40 milhões de pessoas, o programa Brasil Carinhoso, que visa reduzir a mortalidade infantil no país e assegurar a saúde das gestantes e recém-nascidos, o Programa Minha Casa, Minha Vida, que visa sanar um déficit habitacional de 20 milhões de moradias e o comportamento do mercado de trabalho formal a partir de 2004, propiciado pela retomada do crescimento econômico, revigorou o poder de negociação e pressão dos sindicatos, permitindo-lhes recuperar parte do poder aquisitivo corroído durante a "década perdida" dos anos 90, marcada por elevadas taxas de desemprego. Segundo o DIEESE, desde 2004 a maioria das categorias que realizaram negociações coletivas conseguiu obter ganhos reais e esta foi, sem dúvida, uma das variáveis mais importantes para o processo de distribuição de renda ocorrido recentemente no país.
Em suma, a conjugação entre a ação do Estado, por meio de políticas específicas e dos sindicatos, por meio de greves e da negociação coletiva, criou um ambiente propício à inclusão de novos trabalhadores ao mercado formal. Ampliou-se a parcela do PIB apropriada pelos salários. Em 2003, primeiro ano do primeiro mandato de Lula, a relação salários/PIB foi de 46,23% e, a partir daí, houve uma recuperação progressiva, chegando a 51,4% em 2009, segundo o último dado divulgado pelo IBGE.