Política de concepções
Ao longo do tempo, a ideia de política vai de noção de “bem e justiça” a predominância da “paz” sobre a “guerra”, interseção entre as paixões e a razão.
No séc. IV a.C. Platão escreve Politéia com a intenção de oferecer a Constituição perfeita: “uma política dominada pelo mais elevado princípio de justiça; e como se comportaria uma Cidade-Estado onde se exprimisse de maneira perfeita a ideia do Bem”.¹ Essa constituição perfeita estaria a cargo dos Filósofos-Reis que moldariam a sociedade como uma “tela em branco” trabalhando o caráter dos indivíduos a fim de transportar para a cidade a maior fidelidade possível a imagem do divino.²
Para Platão, porém, essa cidade perfeita estaria fadada ao declínio e a sociedade justa tende a passar por vários tipos de governo em que a corrupção só aumenta. A sociedade justa que seria constituída por monarquia (se um dos Filósofos-Reis dispõe da autoridade sobre os outros) ou aristocracia (quando a autoridade é compartilhada entre muitos) passa a se corromper à medida que se torna timocracia: “governo em que se mesclam o mal e o bem, mas onde se imperam a ambição e o amor às honras”; oligarquia: “governo dos ricos”, onde o dinheiro torna-se a base da razão e coragem; surge então, a democracia: “governos dos pobres, vencedores dos ricos, embrutecidos e cevados pelo dinheiro”; e o mais decadente segundo o autor, a tirania: “excesso de servidão fatalmente provocado pelo excesso de liberdade democrática”.³
Alguns anos mais tarde, vem Aristóteles com uma nova concepção de política e sociedade ideal. Em sua enciclopédia intitulada “A política” composta de oito livros, o autor