Poluição por material particulado
A poluição atmosférica nos meios urbanos tem sido associada a vários problemas de saúde das populações que neles habitam. Há crescentes evidências, tanto de natureza médica como científica, de que a exposição a matéria particulada de fracção fina (0,1-2,5μm) e ultra-fina (0,01-0,1) pode ter maiores implicações na saúde que a exposição a partículas de fracção grosseira ou outros poluentes aerotransportados (WHO, 2000). As partículas têm vindo a ser caracterizadas de maneiras várias maneiras em diversos estudos, desde a concentração da massa total (TSP – total suspended particulate), às suas fracções como as PM10 ou PM2,5. A fracção PM2,5 (ou fracção fina) é a fracção de partículas com diâmetro aerodinâmico inferior a 2,5 μm, enquanto que PM10 é a fracção com diâmetro aerodinâmico inferior a 10 μm. A fracção ultra-fina é a que se encontra abaixo de 0,1μm (WHO, 2000).
As partículas têm sido extensivamente estudadas e consideradas um bom indicador da qualidade do ar. Os estudos desenvolvidos com base nos efeitos das partículas (PM10 em particular) têm fornecido provas na associação com a mortalidade e morbidez. De acordo com a EPA, as PM10 constituem um risco acrescido para a asma, enquanto que as PM2,5 contribuem para um aumento da mortalidade e morbilidade. A asma, a bronquite crónica e o cancro do pulmão são de entre as doenças do aparelho respiratório, as que têm relações mais estreitas com a poluição atmosférica. Assistimos a um aumento da prevalência da asma em todo o Mundo (WHO, 1995; Woolcock et al., 1997), principalmente nos países industrializados, um aumento da bronquite crónica nos fumadores e nos não fumadores (WHO, 2001) e são em número crescente os trabalhos que demonstram a correlação entre o aumento da prevalência destas patologias e a poluição atmosférica (American Thoracic Society, 1996).
A maioria das partículas inaladas está na gama das PM10, tendo sido já comprovado que esta gama está directamente relacionada com efeitos