Poluição das Águas (Lagoa da Pampulha)
Enquanto serve água de coco e refrigerantes para clientes, a vendedora Andrielle Soldati, 23, reclama do forte mau cheiro que vem das águas de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. No trecho da avenida Otacílio Negrão de Lima, próximo à igreja São Francisco de Assis – onde ela estaciona seu carrinho de bebidas há três anos –, [...] o odor, que lembra uma mistura de esgoto e animais em decomposição, pode ser sentido até mesmo de dentro dos carros que transitam em volta da lagoa. “Esse fedor tem piorado muito nos últimos anos. E o problema é maior entre a igrejinha e o Parque Ecológico da Pampulha. Diminuiu bastante o movimento”, conta a vendedora. O problema é verificado em vários outros trechos.
Mais sobre o lixo e o mau cheiro
Segundo a prefeitura, dejetos de cerca de 90 mil pessoas são despejados na Pampulha.
A emissão do elemento químico fósforo (P) presente no esgoto sanitário ali despejado propicia largamente o surgimento de algas. Com a poluição, falta oxigênio (O2) na lagoa e as algas morrem e apodrecem, exalando o cheiro que incomoda turistas, moradores e comerciantes.
Qualidade da água
A última análise da qualidade da água da Bacia da Pampulha, feita pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) [...], mostrou que ela alcançou o pior índice de poluição desde 2007.
Existe ainda uma classificação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). O pior índice dessa escala são as águas de classe 4, destinadas somente à navegação e à harmonia paisagística. “Atualmente as águas da Pampulha não são de classe nenhuma por causa da poluição”, diz um engenheiro da Copasa.
Perigo invisível
O Igam afirma que laudo apresentou o pior nível de contaminação por substâncias tóxicas, como amônia (NH3), arsênio (As) e bário (Ba), compostos que fazem mal à saúde humana e envenenam organismos aquáticos.
O Laboratório de Traços Metálicos do Setor de Tecnologia Química realizou análises na água e apontou ainda a concentração de cádmio