Poluição da agua
Crise de água em SP: quanto mais grave, mais ocultada
No último sábado (5/7), ao longo do dia, entraram só 125 milhões de litros de água no Sistema Cantareira. E saíram, mesmo sendo um sábado, dia de menor consumo, 2 bilhões de litros. São dados oficiais da própria Sabesp. A vazão afluente foi de 1,45 metros cúbicos por segundo, a segunda menor do ano. Mas, o “saldo” hídrico foi o pior desde o início do bombeamento, porque, no dia da menor afluência (0,8 m³/s, em 22 de maio), a liberação de água para os rios de sua bacia estava um metro cúbico por segundo abaixo da atual.
A saída de água pelo Túnel 5, por onde a água do Cantareira se junta ao reservatório de Paiva Castro (onde estão entrando cerca de 2 m³/s), registrou uma vazão de 19,19 m³ que, somada aos 4 m³/s liberados para os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, dá 23,19 m³/s de vazão defluente total.
A diferença entre o que entra e o que sai de água voltaram aos dias terríveis de fevereiro, como você pode ver no gráfico, mesmo com muito menos água liberada. Basta fazer as contas com os 180 bilhões de litros que remanescem no Cantareira, aí incluído todo o volume que se espera bombear para o abastecimento da Grande São Paulo.
Até o final da semana que se inicia metade do volume previsto para bombeamento do maior reservatório, o Jaguari-Jacareí, já terá sido retirado. Um pouco menos de dois meses depois de ser iniciado. Mantido o ritmo atual e se todas as previsões otimistas da Sabesp estiverem certas, a segunda metade durará menos de um mês: em torno de 15 de agosto. Com otimismo, porque os reservatórios, neste momento, se assemelham mais a um conjunto de canais do que a represas.
Restarão então dois meses da água abaixo da tomada d’água do reservatório Atibainha.
Isso se todas as “gambiarras” funcionarem plenamente e as afluências melhorarem um pouco. Nos seis primeiros dias de julho, a água afluente chegou a meros 2,3 m³/s, pouco mais de 20% da mínima mensal já registrada