Politraumatismo
Resumo: O presente trabalho teve por motivação primeira a compreensão da relação entre trauma psíquico e o trauma corporal experenciado por sujeitos envolvidos em acidentes graves, resultando em politraumatismo. O trabalho foi desenvolvido na enfermaria e ambulatório de poliitraumatizados do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU). A noção de “Transtorno de Estresse Pós-Traumático” (TEPT) é discutida, apontando como aplicação descuidada desta classificação diagnóstica resulta na exclusão da própria subjetividade, escondendo o fato que, em toda situação traumática, o sujeito pode se encontrar face a dois perigos, neste caso, dois traumas ou duas feridas; de um lado a ferida externa (politraumatismo corporal) e, de outro, a angústia pulsional que é acordada. Neste sentido, o trabalho retoma o tema da repetição como aquilo que jamais esgota. Assim, o que se aponta é o interesse em retomar a escuta freudiana como instrumento terapêutico nos casos em que o politraumatismo parece instalar um quadro melancólico crônico.
Palavras chave: psicopatologia, psicanálise, politrauma, subjetividade, TEPT.
“Politraumatismo e Sofrimento Psíquico” são temas provenientes de inquietações surgidas a partir do trabalho clínico com sujeitos atendidos na enfermaria e ambulatório de politraumatizados do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU), envolvidos em graves acidentes necessitando de intervenções cirúrgicas e com freqüência de longo tempo de convalescença. O resultado do politrauma (vários traumas) consiste em seqüelas que muitas vezes são inscritas no corpo físico e no psiquismo, sendo que o impacto neste último é de difícil diagnóstico, sendo fonte de grande sofrimento ao sujeito e sua familia. Neste contexto, o trabalho no complexo hospitalar (enfermaria e ambulatório de politraumatizados), permeado por vários anos de escuta psicanalítica aos pacientes vítimas de traumas, faz emergir indagações