Politicas territorias
A questão de investigação está circunstanciada à análise de políticas de ciência e tecnologia enquanto políticas territoriais, um dos núcleos da Geografia Política e Regional. As tendências recentes de análise, principal- mente após a Constituição Federal de 1988, compõem-se de um leque abrangente e múltiplo de investigação localizado, por exemplo, nas rela- ções entre Estado, mercado e sociedade civil (Becker, 1983, 1984, 1988, 1991, 1995; Costa, 1988).
No âmbito das tendências recentes, tem relevância o conceito de flexibilização do Estado em relação ao território (Becker, 1991, p 47-56), o que equivale a reconhecer a emergência de múltiplos poderes e novos usos políticos do território, que imprimem a estes novas formas. Estas po- dem ser apreendidas no sentido que lhes atribui Santos (1985, p. 50-51), relacionadas a função, processo e estrutura.2 Os novos usos políticos do território estão associados ao sentido da flexibilização do Estado, na transi- ção do Estado Desenvolvimentista para um Estado de corte comercial (Rosecrance, 1986). Essa flexibilização pode ser apreendida em três gran- des vias da reforma do Estado: a) a descentralização político-administrativa;
b) a inserção da sociedade civil na reforma política do Estado e c) a relação Estado-mercado.
A multidimensionalidade do poder (Raffestin, 1993; Becker, 1983,
1988) é conceituada no sentido de que diferentes atores produzem o espa- ço, (re)estruturam o território através da prática de poderes/políticas/progra- mas estratégicos, gestão territorial, enfim, ações/programas que tenham um caráter (re)estruturante, de acordo com os paradigmas da competitividade, inserção (subordinada) internacional (Fiori,1995, p.VI) e m capacidade de alavancagem de desenvolvimento endógeno, impri- mindo, assim, novos usos do território. Interpretar o poder relacionado ao território significa relacioná-lo à capacidade dos atores de gerir, de implantar políticas econômicas e tecnológicas, com