Politicas sociais
ELIGIÃO E
SERVIÇO SOCIAL
POLÍTICA ENTRE ALUNOS DE (UFRJ)
Pedro Simões
Estudos sobre alunos universitários são amostras do comportamento da juventude brasileira. Quando se escolhe um curso, em particular, para se realizar o estudo, deve-se levar em consideração as características que peculiarizam o perfil dos alunos que nele ingressam e que os distinguem dos demais. A bem dizer, os alunos de serviço social não têm a mesma identidade e o mesmo perfil que alunos de ciências sociais (Vianna et. al. 1994; Novaes 1994; NER 2001; Oro 2004), mas se aproximam muito dos alunos de educação e pedagogia (Villas Boas e Pessanha 1995). Em geral, estas carreiras são majoritariamente femininas, sendo o serviço social o curso com a maior taxa de mulheres, entre todos os cursos universitários nos últimos 30 anos (Beltrão e Teixeira 2004). Além disso, 72% dos pais dos assistentes sociais (contando pai e mãe juntos) completaram no máximo até o 2º Grau, sendo que destes, 48% só têm o curso elementar (PNAD 1996). Portanto, os alunos de serviço social são majoritariamente mulheres advindas de camadas baixas e pouco letradas da população. Outro ponto relevante do perfil profissional está na identidade que o curso tem com os valores religiosos (Simões 2005). Estes são fortes motivadores para o ingresso na profissão, sejam eles de base católica ou evangélica/protestante. A idéia de fazer o bem, de ajuda ao próximo, da busca da justiça social, o ideal
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Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 27(1): 175-192, 2007
do “bom samaritano”, são elementos repetidamente trazidos por aqueles que escolhem o serviço social. Os assistentes sociais ascendem social e educacionalmente assim como têm justificativas de valor para o ingresso nessa mesma mobilidade. Curiosamente, a formação profissional em serviço social é bastante avessa às justificativas religiosas e ao ideário de ajuda social do qual seus alunos são portadores ao ingressarem nos cursos. Em contraposição a estas