Politicas de Saude
A investigação sobre a saúde do trabalhador constitui uma importante área de estudos acadêmicos, inclusive a função de a temática comportar abordagens variadas e interdisciplinares. Assim, um dado fundamental que precisa ser ressaltado é que a orientação adotada nesta pesquisa implica a análise da saúde do trabalhador através da problematização do desenvolvimento de estratégias políticas que fizeram surgir dadas estruturas institucionais.
Assim, o referencial teórico aludido em face de tal objetivo de estudos se baseou em Michel Foucault, autor que permite a análise do desenvolvimento de dispositivos de saúde do trabalhador dentro de uma ótica da história-problema. Principalmente porque o que está em jogo não é meramente a questão de qual instituição supostamente percebeu linearmente uma outra, tida como posterior.
Alguns dispositivos atualmente assumem relevância e notoriedade, como é o caso dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), principalmente após a criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST). Como expressão de uma política de saúde, esses dispositivos de saúde do trabalhador refletem o saber técnico científico e a correlação das forças sociais em certos momentos históricos, consequentemente tais aspectos apontam a relevância de se estudar a saúde do trabalhador no âmbito de suas vinculações institucionais, históricas e sociais.
A emergência desses dispositivos-quando se pensa a história dos saberes e práticas em saúde do trabalhador são de grande importância, pelo fato de permitir a análise das relações entre as transformações históricas da sociedade brasileira e as modalidades de atenção à saúde dos trabalhadores. Sobretudo, porque conforme já destacado, apesar de a RENAST ser atualmente a principal estratégia política da área da saúde do trabalhador no Brasil, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda são pouco estudo que analisam sua história e as particularidades de implantação