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Responsável pelos inquéritos que desvendam a corrupção na Petrobras, Sérgio Moro utilizara um despacho no qual renovou a ordem de prisão preventiva contra quatro executivos de empreiteiras para tachar de “intolerável” as reuniões que advogados dos detentos mantiveram com Cardozo para “obter interferência política”. Evocando o noticiário sobre as conversas com o ministro, o juiz escreveu que as questões processuais devem ser discutidas pelos advogados “nos autos”. Realçou, de resto, que recebe defensores dos investigados “quase cotidianamente”.
Em sua nota, Cardozo declarou que teria reagido à altura se lhe tivessem feito algum pedido impróprio. “Caso tivesse recebido qualquer solicitação a respeito, em face da sua imoralidade e manifesta ilegalidade, teria tomado de pronto as medidas apropriadas para punição de tais condutas indevidas”.
Sérgio Moro havia se referido às reuniões como uma “indevida, embora mal sucedida, tentativa dos acusados e das empreiteiras de obter uma interferência política''. Cuidadoso, o juiz poupara o ministro. “Sequer é crível que se dispusesse a interferir indevidamente no processo judicial e na regular e imparcial aplicação da Justiça'', anotara em seu despacho.
Na opinião de Cardozo, reiterada na nota, “é dever do Ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da Advocacia.” Essa posição rendeu-lhe no final de