Politica é a arte do possível
Aparentemente, esta é uma ótima escapatória para a ‘arte de não fazer’. Ou seja, ao afirmar que ‘a política é a arte do possível’, o político sente-se desculpabilizado por aquilo que devia ter feito e não fez. Isso nada mais é do que um argumento usado em todos os escalões do poder político e da iniciativa privada, para convencer as pessoas a se contentar com menos do que elas teriam num sistema justo de conciliação dos interesses de uns com as necessidades de outros. Porém para aqueles que apostam em transformações profundas, a política deve ser “a arte de tornar possível aquilo que aparenta ser impossível.”
TODO PODER EMANA DO POVO
Na constituição brasileira em vigor dispõe no parágrafo único do artigo 1: Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta constituição. Na pratica, isso significa muito menos do que aparenta, começando pelo fato de dizer que o povo exerce o poder por meio de governantes. Os representantes eleitos e até mesmo os não eleitos ocupam posições chaves no governo e exercem o poder como entendem, muitas das vezes no sentido contrário aos interesses e opiniões do povo. Tantos os representantes eleitos, como os que são nomeados escapam do controle do povo, porque este não exerce o poder de fato. Do contrário, o voto não precisaria ser obrigatório como é para os cidadãos de 18 a 70 anos, porque os cidadãos o praticariam como um ato de vontade soberana.
O povo na verdade está alijado do poder decisório, ou seja, excluído. Os vestígios ideológicos da antiga classe escravocrata que dominou o império ainda marcam presença na filosofia do estado brasileiro. Existe uma grande concentração de poder em mãos de pequenas elites dirigentes que dominam a economia e a política. Embora não se possa dizer que o Estado brasileiro seja apenas um instrumento servil de uma classe dominante, como foi no império.