Politica e gestão dos espaços educativos
A pesquisa foi realizada em duas escolas do município de Sete Lagoas, sendo uma estadual e uma municipal, foram entrevistadas duas professoras negras.
O presente trabalho tem como objetivo principal compreender as diferentes visões e posicionamentos de professores (as) negros (as) frente à questão das relações raciais. A partir do depoimento das duas professoras negras da rede pública de ensino de Sete Lagoas, busquei compreender as experiências pessoais e profissionais vividas com a discriminação racial ao longo de seus percursos e como essas experiências incidiram na forma como pensam e se posicionam frente às relações raciais em suas vidas e na atuação profissional. Determinados contextos vivenciados por elas geraram diferentes maneiras de “estar no mundo” possibilitando o entendimento de que existem várias formas de compreender e dar significado às discriminações existentes. O mito da democracia racial, amplamente disseminado em nossa sociedade, produz uma forma muito peculiar de manifestação das relações raciais marcada por silenciamentos e ambigüidades. Cada professora teve um tipo diferente de reação em diversos momentos de suas vidas, desde atitudes de negação do preconceito, conformação e não percepção da sua incidência. A mudança na forma de perceber como o racismo se manifesta tanto na sociedade quanto na vida de cada um dependerá de um longo processo de reelaboração pessoal marcado por dúvidas, silêncios, constrangimentos, angústia, ressentimentos e revolta.
No intuito de captar as diferentes circunstâncias vividas pelas professoras em relação à questão racial, a escolha pela profissão docente e sua atuação pedagógica e política no interior das escolas. Os depoimentos desses professores abrigam um universo de informações fundamentais para a compreensão de como se dão as relações raciais não só nas instituições de ensino, como na própria sociedade brasileira.
O espaço da conversa, do depoimento abriu caminho para reflexões feitas no