Politica na história
- Política: Bem comum ou exercício de poder?
• Conceitos de política
A obra Política de Aristóteles é considerada um dos primeiros tratados sistemáticos sobre a arte e a ciência de governar a polis e, portanto, da filosofia política. Para Aristóteles a política era uma continuação da ética, só que aplicada à vida pública. Assim, depois de refletir, em Ética a Nicômaco, sobre o modo de vida que conduz à felicidade humana, investigou em Política as instituições públicas e as formas de governo capazes de propiciar uma maneira melhor de viver em sociedade. O filósofo considerava essa investigação fundamental, pois, para ele, a cidade (a pólis) constitui uma criação natural e o ser humano também é, por natureza, um animal social e político.
O conceito grego de política como esfera de realização do bem comum tornou-se clássico e permanece até os nossos dias, mesmo que seja como um ideal a ser alcançado. Por sua vez. O conceito moderno de política – conforme assinalou o filósofo político italiano Norberto Bobbio (1909-2004) – está estreitamente ligado ao de poder. Essa ligação é enfatizada na célebre definição dada pelos cientistas políticos Harold Dwight Lasswell e Abraham Kaplan em sua obra Pode e Sociedade, segundo a qual a política é o processo de formação, distribuição e exercício do poder.
• Fenômenos do poder
O que é poder? A palavra poder vem do latim podere, posse, “poder, ser capaz de”. Refere-se fundamentalmente a faculdade, capacidade, força ou recurso para produzir certos efeitos. Assim, dizemos: o poder da palavra, o poder do remédio, o poder da política…
Talvez com base no sentido epistemológico da palavra, o filósofo inglês Bertrand Russell (1872-1970) definiu poder como a capacidade de fazer que os demais realizem aquilo que queremos. Assim, o indivíduo que detém essa capacidade – ou meios – tem a faculdade de exercer determinada influência ou domínio sobre o outro e, por seu intermédio, alcançar os efeitos que desejar.
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