Politica monetaria - lula
Everton Freire de Carvalho*
O controle da inflação, tido como a principal meta da política econômica do atual governo, vem sendo alcançado. Os principais índices de preços vêm registrando sucessivas quedas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 12,53%, em 2002, antes que o atual governo assumisse, para 5,69%, em 2005, com a perspectiva de encerrar o ano de 2006 abaixo da meta estabelecida pela autoridade monetária – 4,5% (a expectativa é que o IPCA registre alta de apenas 2,97%). A manutenção do tripé câmbio flutuante, metas de inflação rígidas e superávits primários elevados, a despeito de garantir a estabilidade monetária, têm levado a economia brasileira a um estado de estagnação, uma vez que o país não consegue atingir um crescimento econômico mais robusto, como aquele observado pela grande maioria dos países emergentes. O preço pago para se atingir essa estabilização tem sido alto demais, talvez conduzindo o Brasil a perder o bonde do crescimento mundial? É essa questão que este artigo buscará responder, com base nos números mais recentes da conjuntura nacional.
crise cambial verificada no ano anterior, a qual levou o país a sofrer uma série de ataques especulativos (com um dólar chegando a custar quatro reais), bem como pelos reajustes dos preços monitorados. Como os IGP responsáveis por corrigir os preços dos servi, ços de telefonia1, de energia elétrica e da maioria dos preços monitorados em 2002, obtiveram os maiores resultados desde a implantação do Plano Real, isso acabou impactando de forma decisiva na expressiva elevação da inflação naquele ano (Tabela 1). Não obs-
Inflação
Nos últimos três anos e dez meses, a inflação tem se mostrado bastante moderada. Os Índices Gerais de Preços (IGP), por exemplo, tiveram recordes históricos no ano de 2005, quando alcançaram sua menor marca. Em 2003, o primeiro ano do atual governo, o IPCA apresentou alta de 9,3%. Essa foi