Politica industrial brasileira - cap. 3.

Cap. 3 Política industrial brasileira: motivações e diretrizes

O capítulo analisa os riscos de uma desindustrialização. Para os autores, esse tema é motivo de preocupação de toda sociedade brasileira primeiramente pelo custo que essa pagara ao longo da história, já que enormes volumes de subsídios públicos foram direcionados à indústria, segundo pela velocidade que esse processo vem se realizando. O que tem sido visto no cenário internacional recentemente é uma superoferta de bens industriais, em função da baixa demanda dos países ricos e de uma superprodução asiática. Além disso, a sobrevalorização do real e a alta salarial derivada de um mercado de trabalho aquecido acabam por impor um custo unitário do trabalho que mina com a competitividade da indústria brasileira.
Mas por que a preocupação especial com a indústria de transformação? Para os autores, de um lado tem-se os recursos despendidos para soerguer as manufaturas no passado e do outro a incerteza quanto a uma mudança brusca no cenário econômico - ambos fatores compelem uma certa precaução quanto às consequências da perda relativa do peso da indústria de transformação.

*Riscos da desindustrialização:

Destacam três aspectos da perda de participação do setor de manufaturas:

1) queda na produtividade (devido ao efeito composição);
2) diminuição do dinamismo econômico (em função de um menos encadeamento entre os setores);
3) redução das externalidades locais (normalmente associadas à atividade de P&D;

Quanto ao efeito composição:
Seria a mudança no nível de produtividade de uma economia provocada pelo deslocamento de trabalhadores entre setores com diferentes índices de produtividade. McMillan e Rodrik () retomaram essa discussão analisando o efeito composição na América Latina nos anos 1990, constataram que os desempregados do setor industrial acabam se reempregando em atividades com menos produtividade, seja em serviços ou na informalidade. Daí ocorre uma perda na produtividade do país