Politica externa D Jo o

8144 palavras 33 páginas
Política exterior de D. João VI no Brasil
ANTÔNIO PEDRO VICENTE unidade territorial e política da antiga colônia portuguesa da
América do Sul é normalmente aceite como uma conseqüência do estabelecimento, por parte dos portugueses, de um governo colonial centralizado que viria a permitir uma herança de unidade. A administração espanhola, bem pelo contrário, teria criado as condições para uma repartição de estados no seu império colonial americano.

A

O estabelecimento de instituições monárquicas no Brasil, a partir de 1808, contribuiu estamos hoje certos e, aliás, alicerçados numa larga tradição histórica, para uma mutação pacífica do estado de colônia à situação de Estado Independente. A dinastia de Bragança ao transferirse para o Rio de Janeiro, ao transportar para a colônia todo o aparelho institucional do reino abandonado às intenções napoleónicas, deu um passo gigantesco, não só garantindo a sua própria sobrevivência activa, institucional e política, como acentuando essa unidade administrativa e territorial no Brasil. A independência do Brasil, já vislumbrada mas ainda não almejada irá, a partir dessa data, caminhar com segurança e, mais ainda quando, alguns anos mais tarde, se consubstanciar o artifício político do reino no Brasil ou, melhor diríamos, Portugal e Brasil, um mesmo reino.
Muitos anos decorridos, após 1822, o Império do Brasil permanecia sob a égide dos Braganças. A antiga colônia diferenciava-se, politicamente, dos regimes vigentes na maior parte do continente americano, estruturando, assim, na unidade política a unidade do território.
Uma situação que tem algo de paradoxal deriva da circunstância de, através da continuidade da família reinante no exercício do poder, se objectivar " Simultaneamente, a continuidade e a separação, relegando os grupos dominantes da ex-colónia a uma posição de passividade no processo de independência e na formação da unidade territorial e político do Brasil" (1).
Muito naturalmente os variados grupos sociais

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