Politica - Escravidão
“A escravidão é um assunto particularmente doloroso e chocante, um crime contra a humanidade, que provoca nossa indignação. É espantoso que tenhamos conseguido conviver com ela durante tanto tempo." (Pétré-Grenouilleau, Olivier).
A escravidão foi uma forma de relação social supostamente abolida, legal e mundialmente, no século XIX. Supostamente abolida pois é certo que ainda persiste, ainda que de maneira esquiva, nas regiões periféricas como trabalho forçado, ou nos centros urbanos como acúmulos de desvantagens. Ela não se limita ao passado, manifesta-se cotidianamente em comportamentos, pontos de vistas; definiu e define padrões de nossa sociedade e é capaz de penetrar até os setores mais modernos como as universidades, os partidos políticos e as relações industriais. Assim, a escravidão pode ser considerada, sociologicamente, como algo além de um fato social ou um meio de produção. É uma maneira de pensar o mundo, de conceber as relações sociais e as relações de poder e como tal deve ser analisada sobre o prisma da Política. Temos a pretensão de analisar a "escravidão", entendida como ausência de autonomia e liberdade de decisão individual, sob a perspectiva de três autores da teoria política clássica: Aristóteles, Montesquieu e Rousseau. Tentamos compreender os pensamentos dos autores considerando que eles ocuparam contextos históricos diferentes, e a despeito disso, elaboramos uma pequena comparação entre eles concernente ao conceito de liberdade e a legitimidade em se fazer escravos. Ao citar Aristóteles remetemos o olhar para a Grécia antiga onde a escravidão era mais que evidente. Montesquieu era francês e Rousseau nasceu na Suíça, mas ambos eram filósofos pensadores do iluminismo, movimento que tinha na razão seu cerne existêncial.
Conclusão
De tudo o que foi exposto, pode-se perceber que as concepções sobre escravidão e sobre liberdade mudaram muito desde a época de Aristóteles