Politica do medo
Por que estamos sempre dentro de shopping centers? De carros blindados com vidros escurecidos? Por que vivemos em condomínios fechados? Temendo a violência dos grandes centros urbanos? A resposta para tais indagações é uma só: medo. O ser humano vive em uma era de temores, onde o medo esta em toda parte. Desta forma, torna-se uma tarefa extremamente árdua vencer algo que esta impregnado em cada um de nós, nos paralisando e tornando-nos inertes, simples marionetes em uma sociedade globalizada. O medo é mais temeroso quando difuso, dividido, incerto, obscuro, quando nos amedronta sem motivo aparente. Quem de nós nunca se absteve de algo, deixando de usufruir vários momentos ou até mesmo passou noites insones em razão de uma sensação vaga, de que algo terrível iria acontecer? Para Zigmunt Bauman, medo se manifesta em diferentes intensidades, podendo ser desencadeado por determinadas condições, objetos, pessoas e situações representativas de perigo ou risco. É uma sensação de ansiedade baseada em fatores reais ou imaginários; é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito. O ser humano vivencia algo inerente à sua espécie, o chamado medo de “segundo grau” ou “medo derivado”. Este tipo de medo direciona o comportamento ao reformular a apreensão da realidade e os anseios que orientam as escolhas comportamentais do homem, tendo ele um sentimento de perigo iminente, de insegurança e vulnerabilidade, quer haja ou não uma ameaça imediatamente presente. É de bom alvitre lembrar que o medo pode ser considerado saudável quando enseja atitudes preventivas de ameaças, vislumbrando a própria autopreservação. Contudo, o mesmo medo passa a ser doentio ou patológico quando o sentimento de insegurança e angústia alcança um patamar elevado, porém sem existir relação direta entre ele e a ocorrência real do perigo. Nos dias atuais, há um tipo de medo que reflete uma angústia individual, sendo