Politica das salvações
Política das Salvações - Hermes da Fonseca assumiu o poder contando em suas bases com dois grupos de apoio antagônicos. De um lado, os clãs oligárquicos, representando as tradicionais estruturas do poder regional. De outro, militares desejosos de retornar à vida pública, como fizeram nos primeiros anos da República, que pretendiam intervir nos governos estaduais considerados ineptos ou perniciosos, "salvando a pureza das instituições republicanas". Num primeiro momento, essas forças conseguiram conviver. Tinham, como objetivo comum, intervir no Estado de São Paulo, que apoiara Rui Barbosa na campanha eleitoral. A disposição paulista de resistir pelas armas acabou por fazer com que o governo recuasse. A "política das salvações" voltou-se então para os Estados do Norte e Nordeste, onde colocou interventores militares ou apoiados pelo Exército em substituição às oligarquias dominantes. Mas o sucesso das intervenções abalou as bases governistas, acabando por enfraquecer Hermes da Fonseca. A "política das salvações" só fez substituir o poder de velhas oligarquias por outras e o projeto original de "moralizar os costumes políticos e reduzir as desigualdades sociais" não se realizou.
Campanha civilista
Considerada a primeira campanha presidencial que contou com a participação de segmentos amplos da sociedade brasileira, a Campanha Civilista, do candidato Rui Barbosa contra o candidato militar apoiado pelo governo – Hermes da Fonseca –, além de representar a luta pela consolidação da ordem civil no Brasil, mostrou o desejo de uma participação política mais efetiva da sociedade naquele contexto de domínio político de tradicionais oligarquias.
De acordo com a avaliação do próprio Rui Barbosa, o movimento tomou proporções incomparáveis, sem paralelo na história do país. Tratava-se de uma comoção vulcânica do povo em São Paulo e no Rio de Janeiro, a propagação da lava por todo o solo de Minas, o estado sísmico da opinião na Bahia, a trepidação