Polifinia

POLIFONIA: VOZES PRESENTES NA PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Introdução

A polifonia, no presente trabalho, é apresentada através da abordagem enunciativa, procura, a partir das enunciações (leitura de texto em voz alta, relato de fatos, experiências, opiniões, argumentações e fala), verificar a sua existência ou não nos textos produzidos.
A tentativa de identificar as vozes constituídas no discurso de estudantes do Ensino Médio é a de entender a influência das vozes sociais nos textos; identificar a sua origem, se é da família, da televisão, de leituras, das aulas, do grupo de amigos, entre outros, ou seja, identificar as representações das enunciações na constituição de sentido do texto.

2. Polifonia nossa de cada dia
O ser humano é um ser polifônico. Esta afirmação que parece uma premissa filosófica é assegurada pelo postulado marxista, que entende o ser humano como constituído histórico cultural e socialmente.
Polifonia, em um nível superficial, remete à etimologia da palavra, muitos sons, mas dentro da filosofia da linguagem, mais especificamente da teoria dialógica de Bakhtin, polifonia caracteriza-se como um dos temas do dialogismo, conforme explica Barros (1999:6): “Emprega-se o termo polifonia para caracterizar um certo tipo de texto, aquele em que se deixam entrever muitas vozes”.
Toda enunciação, por mais insignificante que seja, renova-se sem cessar; essa é a síntese da dialética viva entre o psiquismo e o ideológico; entre a vida interior e a vida exterior. Em todo ato de fala, a atividade mental dissolve-se no fato objetivo da enunciação realizada.
A palavra revela valores sociais de inúmeras orientações, produto da interação viva das forças sociais 1
. Dentre os estudiosos da teoria polifônica destacamos o precursor Michail Bakhtin que orienta a lingüística contemporânea em sua visão de conjunto do texto e Oswald Ducrot, que se detém a uma complexidade mais evidenciada na superfície do enunciado.
As reflexões que