Policarpo Quaresma
ROGÉRIO MARTINS DE CARVALHO
Este ensaio pretende analisar a insaciável trajetória do personagem, patriota, Policarpo Quaresma (personagem da obra “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto) na busca pelo resgate e construção da identidade nacional brasileira destacando suas frustrações e decepções em seu idealismo ufanista, nacionalista e patriota.
Publicado em 1914, a obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, divide-se em três etapas: a primeira parte (Capítulo) da obra vem retratar o patriotismo exacerbado de Policarpo Quaresma, demonstrando seu nobre interesse por tudo o que é nacional, evidenciando, inclusive, o seu interesse pela valorização da cultura nacional. Na segunda parte, nos deparamos com a esperança de Policarpo Quaresma em construir um país melhor através da reforma da agricultura. E finalmente na terceira parte o personagem deixa o sítio do Sossego, e resolve se alistar para servir à pátria e lutar pela república. Vale ressaltar que é nesta parte da obra que Quaresma se desilude com tudo, é preso, acusado de traição e deixado na Ilha das Cobras a esperar pelo seu o seu triste fim.
[...] Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa (BARRETO, 2001, p. 25).
Como pode-se notar no trecho acima, Quaresma dedicou boa parte da sua vida aos livros, estudando-os para melhor conhecer o Brasil, e assim, poder encontrar a solução, as medidas progressistas para resolver os problemas do Brasil. Quaresma acreditava que conhecendo bem seu país por meio da