Point blank
Vanessa Mazza Furquim
Dinheiro.
Quanto significados e interpretações não cabem dentro desta palavra tão avidamente repetida: dinheiro!
Sim. Tantas vezes se repete a frase de maneira quase hipócrita, que "dinheiro não traz felicidade, mas ajuda bastante", que começamos a nos esquecer da real essência das coisas.
Afinal de contas, o que é o dinheiro? Por que damos tanta importância a sua posse? Por que nos corrompemos e matamos todos os dias usando-o como motivo principal?
É interessante pensar que o dinheiro é apenas um pedaço de papel colorido, como tantos outros que qualquer um pode produzir; que jóias são simples pedras; moedas, metal extraído da terra e que não valem - e a maioria entra neste consenso - uma vida humana.
Então, por que na prática isso não funciona?
De fato, o dinheiro em si nada vale, principalmente nos dias de hoje em que as oscilações das bolsas de valores e especulações sem fim fazem com que uma mesma moeda varie de valor ao mesmo tempo, dependendo somente da sua posição geográfica. Pode-se juntar um dinheiro em algum país da Europa, pegar um avião e doze horas depois ver a mágica acontecer: possuir mais do dobro do que se tinha horas atrás.
Em outras palavras, se algo pode variar tanto de valor, dentro da esfera do que consideramos tangível - já que dinheiro não é abstrato, é algo mensurável e palpável - não podemos dizer que toda a gama de importância que agregamos a ele, esteja realmente nele.
O dinheiro é apenas um meio. Obviamente que ele não compra a felicidade. Ser feliz é um ato de reforma íntima que exige muito de nós, em termos de doação e superação de tantos defeitos, como o orgulho e o egoísmo. O que o dinheiro compra são facilidades que nos fazem esquecer de realizar estas alterações internas, pois nos dá aquela sensação enganosa de segurança e conforto.
Ora, sabemos que é na dor e na privação que nos permitimos realizar grandes obras. Conhecemos bem a História: