Poggio
Poggio di Duccio, mais conhecido como Poggio Bracciolini (Terranuova Bracciolini, 11 de fevereiro de 1380 – Florença, 30 de outubro de 1459) foi um dos mais importantes humanistas do Renascimento italiano.
Reconhecendo sua aptidão para os estudos, seu pai o levou para Florença para ser educado, tornando-se aluno de João de Ravena em latim e de Manuel Crisoloras em grego. Logo se distinguiu pelo rápido progresso nas letras, ao mesmo tempo em que se tornava um hábil copista de manuscritos, com uma caligrafia clara e elegante. Com vinte e um anos foi recebido na guilda dos notários e em 1402 ou 1403 ingressou na Cúria Romana como secretário do cardeal Maramori. Mais tarde foi secretário de Baldassare Cossa, o anti-papa João XXIII, que foi condenado à prisão no Concílio de Constança (1414-1418). Desempregado, deu asas às suas atividades de humanista e resgatou do esquecimento e da destruição o poema de Tito Lucrécio Caro, De Rerum Natura (Da Natureza das Coisas), de viés epicurista. Ao possibilitar no renascentismo a introdução dos pensamentos de Epicuro via Lucrécio, Poggio Bracciolini prestou uma grande contribuição à humanidade.
Bracciolini foi secretário de 8 papas, pai de 14 filhos da amante e, com 55 anos, namorou uma linda jovem de 18 anos que lhe deu mais 6 filhos. A carreira eclesiástica de Bracciolini coincidiu com o Grande Cisma do Ocidente, em que chegou a haver dois e três papas simultaneamente, e os concílios eram frequentes para tentar restabelecer a união. Por tal motivo, Bracciolini viajou muito pela Europa e, como era um bibliófilo, aproveitou para vasculhar nas bibliotecas de antigos mosteiros onde encontrou obras literárias importantes e esquecidas, que copiou, decifrou e traduziu. E aprendeu muito para escrever sátiras sobre os vícios do clero da época e dos intelectuais seus rivais, o que fez dele um homem temido. Depois de retirado da Cúria, foi chanceler da República de Florença e seu biógrafo.
Mas Bracciolini