Poeta hermes fontes
Neste trabalho tratar-se-á do poeta sergipano Hermes Fontes, situado entre o formalismo parnasiano, as inquietações do Simbolismo e o atordoamento do espírito moderno brasileiro. Ressaltando algumas poesias de suas obras e as suas principais características estabelecendo uma análise de parte do seu vasto legado, desde a exaltação telúrica à paz do mais íntimo recolhimento.
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1. Biografia
Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes, ou simplesmente Hermes Fontes, filho de Francisco Martins Fontes e Maria José de Araújo Fontes, camponeses pobres, nasceu em Boquim 1, no estado de Sergipe, em 28 de agosto de 1888. Perdera a mãe em 06/01/1906; essa orfandade marcará profundamente a sua vida e será tema de alguns de seus poemas. Começou seus estudos na terra natal, mudando-se, aos oito anos, para Aracaju com a fama de menino prodígio, possuidor de rara inteligência e de uma memória prodigiosa, onde estuda no colégio do professor Alfredo Montes. O talento do menino chamou a atenção dos professores, pela precocidade, chegando ao conhecimento do presidente do Estado, Martinho Garcez, que decide apadrinhar os seus estudos, levando-o para o Rio de Janeiro. Hermes Fontes tinha 10 anos quando chegou na capital da República para estudar. O estímulo recebido frutificou, desde os 15 anos passou a colaborar na imprensa, começando pelo jornal O Fluminense, de Niterói, seguindo-se muitos outros, onde mostrava sua vocação de poeta e de crítico. Fundou o jornal Estréia, com Júlio Surkhow e Armando Mota, em 1904. Em 1911 bacharelou-se em Direito, pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, mas não exerceu a profissão. Trabalhou como funcionário dos Correios e oficial de gabinete do ministro da Viação durante o governo de Washington Luiz. Casa-se com uma filha da proprietária da pensão, em que morou por algum tempo. O único filho desse malogrado casamento morre no ventre da mãe. Em 1930, sabendo-se traído pela esposa, desquita-se. Consagra sua