poeta do novo aeron
Vitor Cei
Universidade Federal de Minas Gerais
A palavra ocultismo, do latim occultare,
“esconder”, designa, desde o século XIX, correntes doutrinárias que admitiam como verdade fundamental a existência de realidades supra-sensíveis e supra-racionais, acreditando que tais realidades intervêm na vida humana. Os ocultistas crêem poder se comunicar com as entidades espirituais, usando as suas forças ou energias para obter efeitos benéficos (magia branca) ou maléficos (magia negra).
Na Inglaterra, entre o final do século XIX e o início do século XX, revivals religiosos disseminavam a cultura egípcia, com suas lendas de maldições de faraós e seitas cultuando os antigos deuses. Essa conjuntura se faz representar pelo holismo, doutrina que prioriza o entendimento integral do todo, buscando uma “união cósmica” entre humano, divino e natureza.
A palavra holismo, do grego hólon,
“todo”, em inglês remete tanto a whole
(inteiro, global) quanto a holy (sagrado).
No contexto pós-moderno de profecias apocalípticas que anunciam a crise da razão e o fim do saber objetivo, o holismo é uma tentativa de reencontrar a totalidade do universo, unindo a consciência cósmica individual ao cosmos (JAPIASSÚ, 1996).
O holismo surge como uma proposta de reencantamento do mundo. Ele tenta
resgatar valores buscados quase que aleatoriamente entre a mística oriental e idealizações cósmico-panteístas, através das quais o homem poderia supostamente recuperar o sagrado que foi reprimido pela racionalidade moderna e, por conseguinte, algum sentido diante da crise de valores que marcou a virada do século XIX para o XX. Conforme
Cesar Augusto de Carvalho:
A concepção mítica da Terra como a Grande Mãe, recuperada das tradições indígenas e orientais, fundamenta a visão holística de uma totalidade integrada por relações de interdependência. Visão que é, também, uma tentativa de resolver a dicotomia entre corpo e mente, espírito e