Poesia clássica
Os estilos literários, que podem ser determinados por contextos históricos e sociais, fazem parte dos estudos comparativos dentro da literatura brasileira. As chamadas “escolas literárias” se distinguem justamente por terem estilos de composição diversos. Enquanto em determinados períodos as produções estão pautadas na formalidade, no padrão, em outros dá-se vazão ao estilo livre, sem moldes nem regras cristalizadas, prevalecendo o instinto artístico do poeta. Tendo em vista a abordagem contrastiva de textos clássicos e contemporâneos, ou modernos, em sala de aula durante parte do curso, houve uma motivação para a escolha de um tema em que já estivéssemos familiarizados. Desta maneira, este estudo pretende demonstrar como ocorrem as formas de manifestação poética clássicas e pós-modernas, com o objetivo de não somente demonstrar as diferenças existentes entre elas, mas também de encontrar congruências que nos levem a quebrar alguns paradigmas, principalmente com relação à suposta “falta” de critérios das manifestações pósmodernas ou a total inflexibilidade das poesias clássicas.
II. A estética formal da Poesia Clássica
A poesia clássica, segundo José Veríssimo (1915), não esteve presente apenas uma única vez na história da literatura brasileira, aparecendo de acordo com os períodos históricos vividos pela sociedade. Sua presença no início da formação de nossa literatura se deve às fortes influências europeias que o país sofria por conta do processo de colonização, o qual deixou severas marcas até mesmo após muitos anos depois de seu fim. Alguns dos movimentos literários brasileiros que utilizaram bastante a estética clássica foram o Barroco, Arcadismo e Parnasianismo. Vejamos abaixo alguns exemplos de poesias clássicas brasileiras:
César
Olavo Bilac
Na ilha de Seine. O mar brame na costa bruta.
Gemem os bardos. Triste, o olhar por céus em fora
Uma druidisa alonga, e os astros mira, e chora
De