Poema
Um ferrageiro de Carmona que me informava de um balcão:
"Aquilo? É de ferro fundido, foi a forma que fez, não a mão.
Só trabalho em ferro forjado que é quando se trabalha ferro.; então corpo a corpo com ele.; domo-o, dobro-o, até onde quero.
O ferro fundido é sem luta, é só derramá-lo na fôrma.
Não há nele a queda de braço e o cara a cara de uma forja.
Existe grande diferença do ferro forjado ao fundido.; é uma distância tão enorme que não pode-se medir a gritos.
Conhece a Giralda em Sevilha?
De certo subiu lá em cima.
Reparou nas flores de ferro dos quatro jarros das esquinas?
Pois aquilo é ferro forjado.
Flores criadas numa outra língua.
Nada têm das flores de fôrma moldadas pelas das campinas.
Dou-lhe aqui a humilde receita ao senhor que dizem ser poeta:
O ferro não deve fundir-se, nem a voz ter diarréia.
Forjar: domar o ferro a força, não até uma flor já sabida, mas ao que pode até ser flor... se flor parece a quem o diga."
*João Cabral de Mello Neto
Fonte HTTP www.doma.com.br/site/minhahistoria/index.php
Acesso em: 15 de maio de 2013
Caro amigo
Há alguns dias atrás, estava conversando com um amigo que tem muito conhecimento e muitas opiniões.
Falávamos do que gostaríamos de ver num cavalo. É claro que as suas colocações eram muito diferentes das minhas.
Ele dizia: gosto de ver um afogador bem limpo, seguido de um pescoço fino em forma de pirâmide; gosto dos curvilhões perto do chão, lombo curto, cascos firmes e bem formados.
Uma paleta limpa e com boa inclinação é fundamental, também fazia parte do seu discurso,de como gostaria de ver um cavalo que fosse comprar.
Especificava também, a importância desse cavalo ter uma boa garupa e uma musculatura bem pronunciada por dentro da pernas, além de uma cabeça curta com dois olhos grandes, suaves e bem separados.
Aí, quando ele acabou o seu longo discurso, com todas aquelas qualidades e